O dia dos contadores de boas histórias

Não lembro de mim sem o jornalismo. Foi aquela paixão enraizada, que já nasceu comigo. É sério… acredita? Desde pequena quando me perguntavam o que eu queria ser, a resposta era – Jornalista!
Lembro da minha infância, apresentando jornais de “mentirinha”.  O cenário era a mesa de centro da sala dos meus pais, e aí o “boa noite” já estava pronto pra começar.

Outrora também as revistas serviam de TP (Teleprompter) escoradas na cabeceira do sofá, e eu lá, dando as notícias do factual. Eu era aquela criança que acompanhava os jornais de tv, as revistas e os livros, mesmo antes de entendê-los. Depois, aos 7 anos, escrevi minha primeira história: a menina e a rosa. E por mais algum tempo ainda, escrevi outras tantas. Era algo que fluia de mim! Passei por toda aquela fase da escolha da profissão tranquilamente, pois eu estava mais do que certa. Assim mesmo, sem titubear: jornalismo.
Não fosse pelo ano do vestibular, onde derrubaram o diploma. Tive uma verdadeira confusão mental – O que? Quando? Onde? Como? Por que? Quem? Foi um lead completo.
Me vi pela primeira vez, sem saber o que fazer, jornalismo era minha vida! Esperei 17 anos por isso, como poderiam tirá-lo assim de mim?
Mas jornalista é uma raça guerreira mesmo viu? Desisti? Não! Prestei vestibular e entrei na faculdade. Uma felicidade que não cabia em mim, foi o meu melhor investimento, foi a realização de um sonho. Lembro como se fosse ontem, o primeiro dia em que botei os pés na universidade. O primeiro dia na redação, o primeiro dia no estúdio de TV. Só de lembrar, arrepia, emociona.
Foram quatro anos intensos, de muitas lutas e boas histórias também. Diploma em mãos. E depois veio a pós, e aí vieram novas boas histórias, veio um jornalismo mais maduro.
Viver o jornalismo não é fácil, nem nunca foi. Mas apesar disso, não teve um dia, em que eu tivesse dúvida do que eu queria. Sempre me lembro de uma frase que o meu avô me dizia quando me via assim, apaixonada pela minha escolha “Você nasceu pra ser jornalista”. E realmente nasci, ele mais do que ninguém sabia disso, pois a arte de prosear e captar bons momentos e boas histórias, acho que herdei dele. Combinamos de escrever um livro. Não deu tempo, talvez em algum momento dessa vida, eu dê continuidade a esse nosso projeto.
Por vezes o destino, ou a vida sei lá, tentou me separar do jornalismo. É dolorido, muito! Mas é algo difícil de acontecer. Como eu falei, é algo enraizado. Eu não sei mais separar a Juliana, do jornalismo, e vice-versa e eu amo tanto essa mistura!!
E sabe de uma coisa? Jornalista é sofredor. É persistente, batalhador, mesmo que a gente não receba o devido valor nesse nosso país, a gente não desiste de contar boas histórias. É amor, só pode ser amor! E tenho certeza que quem é jornalista, entende perfeitamente o que eu estou dizendo, pois é isso que caracteriza a gente: a paixão por escrever, por contar boas histórias. A curiosidade nata e a facilidade de jogar com as palavras. O amor enlouquecedor de compartilhar, tudo aquilo que a gente descobre ao longo dessa vida de jornalista .
O blog trouxe o jornalismo pra perto de mim novamente, me fazendo enxergar que em mim há uma mulher que respira palavras, respira boas histórias, mais do que nunca, e que independente de qualquer coisa, qualquer circunstância da vida, a gente se encontra uma hora. É tipo aquele velho e grande amor sabe? Que não sai da cabeça nunca, fica guardado no coração e uma hora a vida faz vocês se reencontrarem?
O jornalismo é exatamente isso pra mim.Feliz dia para nós, jornalistas, contadores de boas histórias, que respiram essa arte! Que a gente encontre e reencontre o jornalismo quantas vezes forem necessárias, mesmo que a vida tente o contrário. É algo que nasceu em nós. O verdadeiro jornalista sente isso. Sempre.
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