23 de setembro é o dia escolhido para a conscientização da dermatite atópica, uma doença relativamente comum, porém ainda muito desconhecida.
Criado pela sociedade brasileira de dermatologia (SBD), a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e a Sanofi, o dia busca conscientizar e abrir espaço para falar sobre a doença, a causa e possíveis tratamentos.
Além disso, conscientizar é a melhor forma de proteger quem sofre da doença e alertar para o preconceito.
Derma… o que?!
Apesar de ser uma doença relativamente comum a nível mundial, ainda existe muita desinformação, que gera preconceito e pouco debate. A D.A como também é conhecida, é uma doença inflamatória de pele, crônica, de gravidade variável e SEM CURA. É importante lembrar também que a Dermatite Atópica NÃO é contagiosa.
Cerca de 2-5% dos adultos e 10-20% das crianças no mundo todo, sofrem com a dermatite atópica. A doença é conhecida pela sua evolução cíclica de melhora e piora (períodos de crises agudas e remissão).
A característica principal da Dermatite atópica é a coceira intensa e as lesões pelo corpo. Qualquer coisa pode virar um gatilho para uma crise: desde uma casa empoeirada até uma comida por exemplo.
O lado emocional também é um dos fatores desencadeante das crises: situações de stress, ansiedade e preocupação agravam ainda mais os sintomas.
Mas a dermatite atópica, cria cicatrizes que vão além da pele. Mais da metade dos portadores da doença sofrem com ansiedade e depressão, ou tem ainda, dificuldades para conseguir dormir mais que 5 horas por noite, por conta da agonia que a doença causa.
Em casos graves, a D.A se torna incapacitante, impedindo assim o atopico de estudar, trabalhar e fazer coisas “comuns” do cotidiano. Algo comum em crises agudas da dermatite é o isolamento. A pessoa deixa de se relacionar, sair e se priva de algumas coisas por vergonha ou pelo incomodo dos sintomas.
É fundamental que a família e pessoas próximas estejam atentas e deem todo o respaldo necessário para o atópico, principalmente nos dias de crise, que são os mais difíceis.
Quais são os sintomas da Dermatite Atópica?!
Pele seca, coceira intensa e prurido são certamente os principais sintomas de quem sofre com a dermatite atopica. Mas além disso, a sensibilidade, vermelhidão e lesões por todo o corpo são características de uma pele atópica. A coceira no corpo pode durar por até 12 horas ou mais por dia, impedindo que a pessoa tenha uma vida “normal”.
A dermatite atopica é detectada ainda nos primeiros meses de vida e estima-se que 60% dos casos, melhoram até a puberdade. O restante convive com a doença durante toda a vida, enfrentando melhoras e pioras da D.A
Quais são as causas da Dermatite Atópica?
Já sabemos que a dermatite atópica tem uma extensa relação com as alergias de modo hereditário. Porém, a causa real, ainda é desconhecida. Ao menos se sabe, que caso um dos pais tenha Rinite, Asma ou D.A (Tríade Atópica), a criança tem 25% de chance de nascer com a doença. Se os dois pais tiverem uma das doenças, as chances aumentam para 50%. E quem tem dermatite atópica, por consequência, pode ter uma ou todas as doenças da tríade.
Fatores Desencadeantes
Conviver com alergias não é fácil. É como uma bomba relógio prestes a explodir a qualquer momento. Por esse motivo, é essencial evitar-se os fatores desencadeantes de uma crise.
Evitar esses fatores não irá curar a D.A, mas certamente fará com que se evite uma crise ainda maior por conta de pequenos gatilhos.
- Pele seca
- Poeira
- Detergentes e Produtos de Limpeza
- Roupas de lã e tecidos sintéticos
- Alguns tipos de alimentos
- Frio Intenso
- Calor Intenso
- Infecções
- Estresse Emocional
Como tratar a Dermatite Atópica
A dermatite atópica não tem cura. O que temos até o momento são tratamentos que visam proporcionar um alívio dos sintomas. Quem convive com D.A já sabe os anti-histaminicos que deve tomar, as pomadas e hidratantes que precisa usar diariamente, os alimentos que precisa evitar e os produtos que não pode sequer chegar perto.
Algumas vezes é necessário até mesmo o uso de corticoides na tentativa de controlar os sintomas – quando se está nas piores crises – ou o uso de antibióticos quando a pele apresenta infecções por conta das lesões. O atópico precisa fazer um acompanhamento com um especialista, que vai fazer todo um trabalho direcionado para a gravidade da doença e tratamento dos sintomas.
Medidas para aliviar os sintomas
- Manter a pele hidratada , com cremes ou loções, aplicando várias vezes ao dia. A pele do atópico é extremamente ressecada, portanto, o efeito do hidratante, por mais potente que seja, as vezes não dura nem meia hora, sendo necessária essa reaplicação constante. Hidratantes simples, sem álcool, perfumes, fragrâncias, corantes ou outras substâncias químicas que possam intensificar os sintomas
- Evite banhos muito quentes e demorados, não use sabonetes direto na pele lesionada, prefira loções de limpeza. O banho deve ser de morno para frio e não deve ultrapassar os 5 minutos. O hidratante deve ser passado ainda com a pele úmida, para evitar o ressecamento imediato que a água causa.
- Alivie a coceira usando compressas frias e fazendo uso de medicamentos anti-histamínicos para reduzir a coceira grave. Água termal gelada também pode ser um grande alívio durante os momentos de crise
- Mantenha as unhas das crianças curtas. Pense na possibilidade de usar luvas leves se a coceira durante a noite for um problema.
Precisamos falar sobre…
Falar sobre o assunto e bater nessa tecla é fundamental para combatermos o preconceito, a desinformação e darmos todo o suporte para quem sofre da doença.
Não é fácil enfrentar a dermatite, só quem tem ou convive com um atópico sabe dos dias difíceis, das dores, dos incômodos e do quanto isso pode afetar a vida de alguém. E quanto mais a gente fala sobre isso, mais a gente encontra pessoas que passam pelo mesmo e percebemos que não estamos sozinhos. Seguimos em frente!